quinta-feira, 23 de abril de 2009

A FANTÁSTICA CAPACIDADE DE REGENERAÇÃO DO MÚSCULO ESQUELÉTICO APÓS EXERCÍCIO


Por André Katayama Yamada, aluno de Pós-Graduação (Mestrando) em Ciências da Motricidade (Biodinâmica da Motricidade Humana) e colaborador do blog da Fit Labore!


Já sentiu aquela dorzinha após uma sessão de exercício físico? Pois bem, hoje vamos discutir como nosso músculo se recupera quando sofre pequenos microtraumas. Sabe-se que o músculo esquelético é um dos tecidos com maior plasticidade, ou seja, ela é capaz de se adaptar aos diferentes estímulos que nosso organismo impõe. Isso é importante do ponto de vista de que a maioria dos tecidos do nosso corpo necessita de reparo após sofrer um dano.


O mesmo acontece com o músculo esquelético, ou seja, geralmente após uma sessão de exercício físico, dependendo da intensidade, pode ocorrer microtraumas (dano muscular). Alguns exercícios em específico geram maiores microlesões, como a corrida (devido ao impacto e ação de “esticar o músculo” durante o movimento) e a musculação. Para o músculo se regenerar após uma lesão, são necessários mecanismos finos complexos da bioquímica humana.

No músculo esquelético, situam se algumas células - tronco do músculo esquelético denominados de células satélite. Mas o leitor pode perguntar, células-tronco? Isso mesmo, a função das células-tronco é de se transformar em qualquer tecido do organismo, não é mesmo? Então, só que nesse caso são células especializadas em realizar todo um processo de regeneração. É claro que nosso sistema imune inicia toda uma cascata de eventos inflamatórios para estimular essas células-tronco. A partir desse momento tentarei resumir os passos dos processos de lesão e regeneração da fibra muscular em resposta ao exercício físico.

Pode se considerar de início, na fase primária da lesão, a dor como indicador do dano muscular que predomina no 2˚e 3˚ dia pós lesão. Ainda nessa fase ocorre ruptura de elementos contráteis musculares. Após essa fase ocorre a infiltração de células imunológicas. A infiltração dessas células é importante no sentido de remover as células musculares destruídas. Então após esses processos uma população específica de célula branca é capaz de ativar fatores de crescimento e também as células satélite (células-tronco mencionadas anteriormente) para iniciar todo o evento regenerativo. O IGF-1 um fator anabólico produzido localmente no músculo após a lesão, também é responsável em parte por controlar as células satélite. Assim, essas células satélite, tem um papel primordial no processo de regeneração. Quando essas células se fundem na fibra, elas estimulam o músculo aumentar seu tamanho.


Por isso caros leitores, é importante haver pequenas microlesões, com a finalidade de promover respostas adaptativas importantes. Assim, essa regeneração também é importante para deixar a fibra muscular mais forte e torná-la hipertrofiada. Como conseqüência é quase impossível a prática de esportes e exercícios sem que haja um mínimo de lesão. Essa informação tem grande importância na prática já que muitos reclamam dessa dor que é muito importante para o organismo. Mas importante ressaltar que se a lesão for muito intensa há necrose e perda de força. Então atualmente, pesquisadores estão tentando identificar um limiar para esses micro-traumas.

No mais, tanto o treinamento de força como a corrida causa esses micro-danos musculares, que como já dito, são essenciais para as adaptações importantes sobre a integridade muscular.


Finalizando, o título atrativo e a discussão exposta deixa perceber como realmente o músculo tem a fantástica capacidade de sofrer danos e se regenerar. Bom treino a todos!

Um comentário:

  1. Rogério!

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