quinta-feira, 15 de outubro de 2009

ALTERAÇÕES HORMONAIS EM RESPOSTA AO EXERCÍCIO FÍSICO


Por Prof. André Yamada


Hoje vou falar uma dos fenômenos mais interessantes e importantes que regulam o funcionamento do nosso organismo. Sabidamente todo ser humano possui uma maquinaria homeostática capaz de controlar sinais vitais como pressão arterial, temperatura corporal. Hormônios são substâncias excretadas pelas glândulas e que são transportados até a corrente sanguínea com a finalidade de atingir órgãos alvo.


A função dos hormônios é sinalizar para as células respostas específicas. O exercício então, pode ser considerado um potente estimulador dos hormônios, fazendo com que estes trabalhem harmoniosamente direcionando para os benefícios da saúde humana. A partir desses conhecimentos é importante salientar o conceito dos hormônios e as interações com a atividade física ou esporte. Por exemplo, a insulina é um hormônio anabólico produzido pelas células beta do pâncreas nas ilhotas Langerhans que tem a principal função de captar a glicose da corrente sanguínea para dentro das células.


O exercício faz aumentar a sensibilidade desse hormônio mantendo os níveis de glicose em valores normais com a prática crônica do exercício. O treinamento físico parece aumentar o número de proteínas transportadoras de glicose (GLUT-4), que leva a glicose para a musculatura esquelética exercitada. O exercício físico é nesse sentido, uma terapia não farmacológica para o diabetes mellitus. Outros hormônios como o cortisol e o GH são ativados durante a prática do exercício e são conhecidos como hormônios contra-reguladores, pois atuam de forma antagônica à ação da insulina.


O cortisol é conhecido como hormônio do estresse, pois em condições como jejum e traumas seus níveis se encontram aumentados. Já o GH é um hormônio anabólico e que está relacionado com o crescimento de diversos tecidos. Então quando se inicia uma atividade física, os hormônios cortisol e GH se elevam em contrapartida a insulina abaixa. Esse mecanismo é importante para a manutenção da glicose plasmática, já que a própria musculatura capta a glicose. Além disso, o nosso cérebro é o tecido com maior necessidade da glicose. Durante o descanso após a atividade física as concentrações de GH se elevam fazendo restaurar todo o estresse imposto sobre as células.


Outro exemplo de hormônio, são as catecolaminas que se elevam decorrentes do aumento da freqüência cardíaca e fluxo sanguíneo, ativando as atividades simpáticas. Isso faz, aumentar a temperatura corporal e a freqüência respiratória, levando o fluxo de sangue das vísceras para a musculatura exercitada. A testosterona é um hormônio sintetizado pelo colesterol nos testículos por reações enzimáticas. Ela é responsável pela massa muscular e agressividade principalmente nos homens. O treinamento de força aumenta as concentrações de testosterona o que potencializa a hipertrofia.


Além disso, o exercício moderado pode liberar a endorfina que estimula o bem estar e diminui a ansiedade e cansaço do dia-a-dia. O controle da fome também é regulada por hormônios como a leptina e grelina, sendo que o exercício contribui para a regulação destes. Quanto mais obeso é o indivíduo maior são os níveis de leptina. Por fim, os hormônios regulam diversas funções fisiológicas importantes, tendo o exercício físico como coadjuvante de prevenções de diversas patologias relacionadas à regulação hormonal.


André Katayama Yamada, Formado em Educação Física Bacharelado UNIMEPPerformance Humana. Mestrando em Ciências da Motricidade (Biodinâmicada Motricidade Humana)Linha Fisiologia Endócrino-Metabólica.Laboratório de Nutrição, Metabolismo e Exercício, UNESP-Rio Claro,Campus Bela Vista

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