quinta-feira, 6 de agosto de 2009

COMO OCORRE A HIPERTROFIA COM O TREINAMENTO DE FORÇA?

Por André Yamada,


Olá caros leitores. Imagino que deve ser interesse de muitos o que vou falar hoje. Todos nós sabemos que o músculo aumenta de tamanho ao carregar uma certa quantidade de peso. Mas por que será? Nem os próprios pesquisadores têm uma resposta exata sobre isso. Essa linha está começando a engatinhar atualmente pela facilidade de acessa às modernas técnicas de biologia molecular. Já ouvimos nas academias falar que o músculo aumenta porque sofre lesão e regenera, ou porque após o treinamento fulano de tal ingeriu mais proteína será que isso tudo é verdade. Em partes sim, tudo isso que vamos discutir é muito mais complexo do que se imagina.
O músculo é uma célula que contém vários núcleos. Quando estamos no período embrionário nosso músculos se desenvolvem pela divisão celular. A partir daí quando tornamos adultos, esse processo não ocorre mais. Ainda não se sabe exatamente ao certo porque tais indivíduos hipertrofiam mais que os outros, mas deve haver alguns genes com alguma mutação contribuindo para isso. Além disso o caminho que leva a tradução de uma proteína pode ser diferente para diferentes indivíduos.
O DNA é a informação que controla tudo o que ocorre na fisiologia do organismo. Desde o crescimento de um fio de cabelo até a cicatrização de uma ferida. Ela é uma molécula exclusivamente informacional. Através do DNA é possível se produzir uma proteína mas como esse processo é realizado? O RNA ela faz uma cópia da codificação da mensagem dentro do núcleo no DNA então essa mensagem ela viaja através de um mensageiro denominado de RNAm que transporta até o ribossomo onde lá é produzido uma proteína específica. Antes disso, existem os RNAtransportadores que têm a função de carregar os aminoácidos para se ligarem uns aos outros até formar uma proteína. Assim, as etapas são transcrição e tradução. Abaixo uma figura para vcs entenderem o processo.


De forma mais complicada (não vou aprofundar no assunto) existem comunicações entre as células de forma que as membranas possuem receptores para desencadear reações que denominamos de cascata. Assim diversas proteínas se interagem e são ativadas, cada um com sua função. Assim o treinamento de força pode ativar essas vias, alterar os genes de maneira que façam a transcrição e tradução de uma proteína como mencionei em cima. Aí todo esse estímulo causado pela força que provocamos gera uma resposta inflamatória, ativam algumas células tronco etc etc. (aí entra uma outra história). Mas basicamente é isso. A proteoma e genoma orquestrando a hipertrofia muscular e não aumento da retenção de liquidos como dizem por aí.
Dessa maneira o futuro desses estudos estão voltados em desligar ou ligar tal gene que altera o padrão de algumas proteínas, para sabermos como controlar essa massa muscular. Esses estudos são importantes no contexto da clínica médica para diversos tratamentos patológicos. Atualmente estão tentando manipular esses conhecimentos através de tentativa de se utilizar o doping genético em atletas.


André Katayama Yamada, Formado em Educação Física Bacharelado UNIMEP - Performance Humana. Mestrando em Ciências da Motricidade (Biodinâmicada Motricidade Humana)Linha Fisiologia Endócrino-Metabólica.

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