domingo, 26 de junho de 2011
Ser magro nem sempre quer dizer ser melhor condicionado!
Fonte:nytimes.com
Traduzido pelo google e adaptado.
Em seu novo livro, "Corrida conta o peso: Como você pode ficar mais magro para o melhor desempenho", Matt Fitzgerald, um nutricionista esportivo, escreve sobre uma experiência incrível em execução. Ele trabalhou no seu estudo em um tipo especial de esteira anti-gravidade, o AlterG, que usa uma almofada de ar para levantar o corpo, permitindo que você efetivamente possa diminuir o peso corporal quando for correr.
Sr. Fitzgerald começou na esteira correndo sem ajuda da máquina. Então ele correu com ela ajustados para levantá-lo apenas o suficiente para que ele pudesse estar 10 por cento mais leve.
"Senti como se eu havia me tornado 10 por cento mais leve", escreve ele. Correndo em seu ritmo normal de repente estava "totalmente sem esforço", observa ele, acrescentando que "parecia correr normal, apenas muito melhor."
Fisiologistas do exercício concordam que, seu esporte é particularmente afetado pela força da gravidade - quando você faz: esqui cross-country, andar de bicicleta morro acima - você é penalizado por excesso de peso. Com isso tem-se algumas perguntas: Qual é o peso ideal para o seu esporte? E quanto de diferença vai fazer se você realmente conseguir isso?
Houve poucos testes diretos do efeito do peso corporal, disse Hirofumi Tanaka, um fisiologista do exercício na Universidade do Texas em Austin. A maioria deles foram feitos na década de 1970 e sujeitos envolvidos que foram convidados a correr com pesos em suas costas ou tornozelos. Com certeza, o mais pesado, como os testes mostraram, mais força e mais dificil de se trabalhar para ser executado em uma determinada velocidade.
Mas a forma como os corredores correm não foram afetados pelo peso extra, Dr. Tanaka disse. Isso significa que você provavelmente correria da mesma forma se estivesse mais pesado. Mas seria muito mais difícil de correr no seu ritmo habitual, e você ia acabar correndo mais devagar.
A formula é menos clara. Beth Parker, diretora de fisiologia do exercício de pesquisa no Hospital Hartford, em Connecticut, disse que, para os corredores, a regra geral é que uma redução de 1 por cento em peso leva a um aumento de 1 por cento no desempenho.
Então, porque não basta ser tão leve quanto você pode ser?
O problema é que todos têm um ponto em que a perda de peso realmente faz o seu pior desempenho, disse o Dr. Mark Tarnopolsky, pesquisador de metabolismo muscular e fisiologista da Universidade McMaster, em Ontário. Tarnopolsky, que é um atleta no ranking nacional de triatlo no inverno, corrida de aventura e esqui de orientação, disse que as pessoas variam tanto que não existe uma fórmula para descobrir o peso ideal.
Quando Tarnopolsky estava na faculdade, viu o delicado equilíbrio entre perder apenas o suficiente e muito de peso. Ele e seus amigos de experimento, fizeram uma pesquisa onde deveriam perder ou ganhar alguns quilos e testar seus VO2, max uma medida da capacidade do corpo para obter oxigênio para os músculos durante o exercício. Em teoria, menos você pesa, maior será o seu VO2 max deve ser, em relação ao peso corporal.
Tarnopolsky disse que ele conseguiu o seu melhor VO2 max - 86 mililitros de oxigênio por quilo de peso corporal - quando pesava 156 libras. "Como todo mundo, eu disse: 'Talvez se eu largar um pouco de gordura do corpo, ela irá mais alto'", disse Tarnopolsky. Assim, ele tem o seu peso para baixo a 152 libras. Mas para sua surpresa, seu VO2 max diminuiu, a 82.
A razão provável, disse ele, era que ele tinha chegado a um ponto onde seu corpo começou a queimar sua própria proteína do músculo para o combustível. Ele estava mais fraco, e seu desempenho foi pior, mesmo porque ele pesava menos.
"Você pode ver na máquina o VO2 e seu corpo sabe e esta certo", disse Tarnopolsky. "Você se sentirá cansado, velho, letárgico quando você tentar conduzir o seu peso para baixo".
Muitas vezes, a única maneira de saber o seu peso ideal é por tentativa e erro.
Meu treinador , Tom Fleming, um ex-corredor de elite que venceu a Maratona de Nova York duas vezes, em 1973 e 1975, disse que ele sempre diz aos seus atletas competitivos "que o peso ideal é o peso que você está no dia que fez o seu melhor tempo ", referindo-se ao tempo que você atingir o seu melhor pessoal.
"Seu corpo vai te dizer" com relação ao seu peso ideal, disse ele, e quando você está lá ", você vai se sentir com mais raça e rápido."
Datã Ritzenhein, um americano que é um dos corredores mais importantes do mundo, usou um sistema semelhante. Mr. Ritzenhein, que quebrou o recorde nacional no ano passado em uma corrida de 5.000 metros e que, no nono lugar, foi o finisher top americano na maratona nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, disse que levou cerca de 12 anos de tentativa e erro para aprender melhor o seu peso de corrida. Ele descobriu que no ano passado, seu ano de melhores corridas da sua vida: 121 ou £ 122.
Que o peso não é natural para ele, ele disse. Se ele parar de treinar, ele teria peso cerca de 127 ou 128 libras, e quando ele está treinando, mas não tentar controlar seu peso, ele é cerca de 124 ou 125. Seu objetivo é tentar estar em seu peso perfeito de corrida alguns dias antes de um grande evento, perdendo cerca de um quilo por semana nas semanas anteriores para chegar lá.
Ele aprendeu, disse ele, que se ele tentar perder peso muito rápido ou se ele continuar a perder peso até o seu dia de corrida, ele não tem a energia que ele precisa para o seu melhor desempenho. E se ele tenta perder peso muito rápido, seu treinamento não rende.
"É uma linha tênue" entre perder apenas o suficiente e certo e perder muito rapido, disse ele.
Outros atletas dizem que aprenderam através de experimentos semelhantes.
Andre Agassi , o tenista e seu treinador de longa data, Gil Reyes, descobriram através da experiência que o melhor peso do Sr. Agassi foi entre 178 e 182 libras.
"Nós viemos acima com um número, mas não procurou um número," Sr. Reyes explicou em uma recente entrevista por telefone. "Foi tudo sobre como ele se sentia forte e em forma."
O tênis é diferente de corrida de longa distância, o Sr. Reyes observou. Atletas como o Sr. Agassi nunca sabe se eles vão estar jogando para uma ou cinco horas, e eles têm que estar prontos para todas as possibilidades.
Antes de se aposentar do tênis, o Sr. Agassi, às vezes, ganhava peso e depois parava de comer, tentando perder as libras rápidamente. Mr. Reyes desanimado explica; "Eu disse-lhe: 'Por que você sente que tem que parar de comer para perder peso?'", Lembrou. "'E se você fosse comer 10 a 15 por cento mais, mas sua capacidade de jogo fosse 40 por cento mais?' "
Ciclistas em corridas de endurance como o Tour de France também têm o problema de manter sua força, mas para eles um pouco de peso extra pode fazer a diferença entre ganhar e perder nos dias em que a corrida tem montes íngremes ou montanhas.
"Eu sabia, por experiência e os resultados que eu tinha um peso ideal - ou o que eu pensei que era ideal", disse Andy Hampsten, um ex-ciclista Tour de France e o único americano a vencer o Giro D'Italia, em 1988. "Se eu tivesse definido um peso muito abaixo de uma meta , eu estaria fraco e estressado", disse ele. "Se eu pesava 4 ou 5 quilos a mais do que o ideal, eu poderia ver que eu estava mais lento do que meus concorrentes."
Mr. Hampsten, disse que pretendia uma corrida de peso de cerca de £ 137, deliberadamente reduzindo seu consumo nos dois meses antes da temporada de corridas. Na entressafra, ele deixaria o seu peso voltar até um mais confortável £ 145.
A lição é que, mesmo se as leis da física e uma experiência em um AlterG pode parecer para comprovar os benefícios de um menor peso, ciência do exercício não está nem perto de fazer boas previsões para os atletas específicos, Tarnopolsky disse.
"Eu sei que um indivíduo que é um dos atletas mais aptos esporte ultra-maratona", disse ele. "Ela corre 100 milhas, e sua gordura corporal é perto de 20 por cento."
No entanto, ele disse, "ele é um dos atletas mais talentosos que eu já vi."
Mr. Reyes disse que ele eo Sr. Agassi aprendeu a não deixar que o peso governe sua vida. "Eu gosto de uma frase", disse ele. "A luta contra o peso para a maioria dos seres humanos pode ser como um tabuleiro Ouija. Pode começar a mexer com sua cabeça. "
O truque é não deixá-lo.
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terça-feira, 14 de junho de 2011
Veja 20 maneiras de aumentar a sua energia nos dias frios
Fonte: folha.com
AROMAS QUENTES
Termine seu banho da manhã com uma 'baldada' de óleos essenciais. Em 2 l de água morna, misture uma colher (café) de óleo de amêndoas doces, duas gotas de óleo de gengibre e duas de óleo de palma rosa, para ativar a circulação e hidratar. A fórmula é da aromaterapeuta Sâmia Maluf. Para "aquecer" o ambiente, use num difusor 10 gotas de óleo de tangerina, 10 de canela e 10 de gengibre.
CHÁ DE ESTÍMULO
Quem esquece (ou tem preguiça) de tomar água no frio não pode deixar de tomar chá. A professora de ioga Vanessa De Luca recomenda um chá de gengibre com canela, dois ingredientes estimulantes. A nutricionista Andréa Andrade, da RG Nutri Consultoria, alerta para a importância de manter a hidratação nesta época.
HORA DE MALHAR
Cada um tem uma hora favorita para fazer exercícios. A explicação é o relógio biológico e a secreção de hormônios relacionados a um maior estado de alerta. Preste atenção no seu perfil e obedeça seu horário, seja na manhã ou à tarde. Outra sugestão, do fisiologista Paulo Zogaib, da Unifesp, é fazer atividade física nos horários mais quentes do dia (no inverno, do meio-dia até 14h).
BANHO DE SOL
Dias mais curtos e menos luminosos são uns dos maiores culpados pelo desânimo do inverno. Nessa época, há uma maior liberação de melatonina, o hormônio do sono. Deixar a casa bem iluminada desde cedo é um antídoto, afirma a neurologista Dalva Poyares, do Instituto do Sono da Unifesp. Outra dica é aproveitar o máximo de sol possível. "A energia tem muita relação com a luminosidade. A luz estimula nosso marca-passo de alerta."
PACOTE ANTICÂIMBRA
Aquela contração muscular repentina, de causa desconhecida, mas associada ao esforço do exercício físico, pode aumentar no inverno. Quem tem predisposição deve caprichar numa dieta rica em minerais como sódio, potássio, magnésio e cálcio. Pera, tâmara, papaia, abóbora, camarão e feijão-azuqui são indicados.
RECOMPENSA
A ginástica ajuda a liberar endorfinas, neurotransmissores que têm ação analgésica, anti-inflamatória e que diminuem a ansiedade e o mal estar. Quanto maior o tempo de atividade, maior a liberação da substância, diz o fisiologista Paulo Zogaib, da Unifesp. "Quando não fazemos exercício, a secreção é pequena e nem percebemos os benefícios." Para quem é sedentário, 30 minutos já podem fazer diferença. Quem já faz algum exercício deve tentar diferentes intensidades.
ESFREGA-ESFREGA
No frio, a pele se retrai, o que diminui a disposição. O coreógrafo e bailarino Ivaldo Bertazzo, da Escola do Movimento, reverte isso com um ritual de esfregação. Antes ou depois do banho, use uns seis minutos para escovar o corpo, caprichando nas articulações ou onde sente alguma dor. Você mesmo deve controlar a força das escovadas, para se aquecer sem machucar, dilatando os vasos sanguíneos. "Você fica menos defendido, menos retraído." Prefira escovas de cerdas sintéticas. "Tem uma moda de cerdas naturais, mas elas são piores, ficam sujas."
DESENFERRUJE
A variação de temperatura diminui a elasticidade das articulações, explica o ortopedista Arnaldo José Hernandez, diretor da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte. É por isso que, no frio, acordamos mais travados. Logo que acordar, mexa-se devagar para aquecer músculos e articulações. Se for fazer uma atividade física, o aquecimento deve começar bem mais leve e durar mais alguns minutos do que você está acostumado.
ESCALDA-PÉS
Se seus pés insistem em virar pedras de gelo à noite, jogue-os na água quente. Em três litros de água morna, coloque uma colher (sopa) de óleo vegetal de copaíba, cinco gotas de óleo de gengibre e cinco gotas de óleo de laranja. Deixe bolinhas de gude ou seixos no fundo da bacia, para massagear as solas. Diminui o cansaço e prepara para o sono.
BATE-BATE
Bata com um bastão de madeira no corpo todo: ombros, pescoço e costas. O bastão pode ser um pedaço de cabo de vassoura. Os movimentos devem ser intensos e a força, de acordo com o seu bem-estar. A sugestão, de Ivaldo Bertazzo, é para gerar mais elasticidade na musculatura e deixar ela menos encurtada. Outra ideia é bater os pés no chão como se estivesse sapateando, mas sem sapatos.
ANTIDEPRESSÃO
O aminoácido triptofano, presente em alguns alimentos, é um precursor da serotonina, neurotransmissor que ajuda a regular o humor e dá a sensação de bem-estar e prazer. Se consumimos a substância, aumentamos a quantidade de serotonina no organismo. É quase uma ação antidepressiva. Há triptofano na banana, no chocolate e em cereais integrais, diz a nutricionista Paula Gandin.
AUTOMASSAGEM
Experimente manobras do Do-In para vitalidade (veja os pontos na ilustração ao lado). Comece com dois pontos nas costas (B23 e B52), que ativam os rins. Esses órgãos guardam a vitalidade, na visão da medicina chinesa, diz o mestre de Do-In Juracy Cançado. Com o dorso das mãos, esfregue a área por dois minutos.
Outro ponto fica na sola dos pés (R1). Com o polegar da mão oposta, massageie-o para frente e para trás. O último fica no joelho (E36) e é chamado de três milhas -os chineses dizem que dá energia para correr. Com os dedos e a base das mãos, aperte os pontos e as juntas do joelho por dois minutos.
DOSES DE ENERGIA
Fazer lanchinhos de três em três horas mantém o metabolismo sempre ativo, explica a nutricionista Andréa Andrade.Uma boa forma de fornecer energia ao corpo é consumir carboidratos (barrinhas de frutas, cookies integrais, frutas secas ou naturais). Os integrais são melhores porque são digeridos mais lentamente, o que gera energia contínua, e são ricos em vitaminas do complexo B, importantes para o metabolismo energético.
SEM GORDURA
Quem tem o hábito de comer antes de dormir deve evitar alimentos gordurosos. A sugestão da nutricionista Andréa Andrade é preparar leite desnatado com especiarias, como cravo e canela. "O leite é rico em cálcio e tem triptofano, substância que ajuda no sono, além de ser quentinho e dar um conforto térmico."
CHOQUE TÉRMICO
Essa acorda qualquer um, o difícil é ter coragem. Fique 20 minutos em uma banheira com água a mais ou menos 30 graus. Depois, use o chuveirinho para dar jatos de água gelada no corpo, de baixo para cima, por uns 30 segundos. Quem não tem banheira pode tomar uma ducha gelada no fim do banho, ensina Mariela de Oliveira Silveira, médica do Spa Kurotel. A mudança brusca de temperatura ativa a circulação, aumenta a disposição e a imunidade.
EXPIRE...
Em vez de inspirar mais fundo, tente expirar mais fundo. Faça uma contagem: inspire em três segundos e expire em oito. Faça isso sentado ou deitado, com a coluna ereta, e repita várias vezes. O exercício ajuda a eliminar toxinas do organismo, de acordo com Ivaldo Bertazzo.
DESJEJUM DIFERENTE
Teste receitas energéticas no café da manhã. Que tal um suco feito de gengibre batido com limão e açúcar? O gengibre também pode incrementar a vitamina de frutas. Tente usar iogurte natural em vez de leite. Outra ideia é levar uma banana ao forno com melaço de cana, gergelim e amendoim torrado. A nutricionista Paula Gandin sugere ainda um creme de abacates, que pode ser feito salgado ou doce. "O abacate é mal visto por ser calórico, mas a gordura dele ajuda a diminuir o colesterol."
RESPIRAÇÃO LOCOMOTIVA
Não precisa ser iogue para aproveitar o benefício do bhastrika (respiração de fole), exercício respiratório que acelera os batimentos cardíacos e aquece o corpo. Sente-se com a coluna ereta e inspire e expire o ar rapidamente (imitando o barulho de uma locomotiva). Ao soltar o ar, recolha o abdome para expirar mais rápido. É como uma sanfona acelerada. Faça isso por 30 segundos e volte a respirar normalmente. Se estiver se sentindo bem, pode repetir duas vezes, diz Vanessa De Luca, professora de ioga da YogaFlow.
CARDÁPIO TERMOGÊNICO
Há alimentos que aceleram o metabolismo, são os chamados termogênicos. Estão na lista a pimenta, o café, o chá-verde e o gengibre. "Tente colocar mais pimenta nos pratos de sempre", recomenda a nutricionista funcional Daniela Jobst.
SEM SESTA
Feijoada ou lasanha são mais atrativos no inverno, porque precisamos de mais calorias. Mas, por causa da gordura saturada, são de difícil digestão e dão sono. "A energia do corpo todo é direcionada para a digestão", diz a nutricionista funcional Daniela Jobst. Para matar a vontade de gordura e manter a disposição,coma frutas oleaginosas (nozes, macadâmia) e chocolate meio amargo.
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quinta-feira, 2 de junho de 2011
Envelhecer bem!
Como vivem as pessoas que ultrapassaram a barreira dos 60 anos de forma produtiva e com qualidade de vida, usufruindo das opções de lazer e consumo
Por: Débora Rubin e Paula Rocha
Por: Débora Rubin e Paula Rocha
NA PISTA
O consultor Carlos Coradi, 73 anos: judô, Harley-Davidson, 12 horas
de trabalho diárias e seis filhos (a caçula com 8 anos)
A clássica imagem do velhinho de pijama, em frente à tevê, cuja maior audácia é sair de casa para jogar dominó com os amigos do bairro, está com os dias contados. Um novo padrão de envelhecimento está em curso. Conhecido como “envelhecimento ativo”, ele nem de longe lembra a resignação com que os idosos do passado se aposentavam do trabalho e da vida social. Saudáveis, dispostos a continuar em atividade por mais tempo e, graças aos bons ventos da economia, com dinheiro no bolso, muitos brasileiros que romperam a barreira dos 60 anos provam que é possível dialogar com a passagem do tempo harmoniosamente. “Negar o envelhecimento é negar a própria vida”, afirma a geriatra Andrea Prates, coordenadora executiva do Centro Internacional de Informação para o Envelhecimento Saudável (Cies), criado em 1999 para divulgar a promoção da saúde na terceira idade. Em 2050, 30% da população brasileira terá mais de 60 anos – hoje eles somam apenas 5,8%. Diante dessa estatística, o Brasil começa a entrar no padrão europeu e americano no que diz respeito à terceira idade: oferece opções de lazer e consumo compatíveis e de alta qualidade, (re)abre portas – e cria novas possibilidades – no mercado de trabalho e acena com simpatia para as relações que se formam depois dos netos nascidos.
BEM-ESTAR
A empresária Lígia Azevedo, 70 anos: exercício físico,
disciplina alimentar, vida social e roupas dos tempos de jovem
As empresas descobriram esse filão, um verdadeiro tesouro de mercado. Na tevê, uma propaganda de telefonia celular sinaliza os ventos de mudança. No filme, a avó conversa animada com o namorado ao telefone, sob o olhar e os comentários desaprovadores do neto adolescente, que comemora o fato de o pretendente morar em outra cidade. Quando o idoso bate à porta, em visita à amada, o menino ensaia uma cena de ciúme. Mas logo surge uma neta coquete. E o casal maduro ganha o aval do garoto instantaneamente. “Há riqueza na longevidade”, destaca Jorge Félix, autor do livro “Viver Muito” (Editora Leya). Segundo a psicóloga Camila Piza, consultora da Mandalah, empresa de inovação sediada em São Paulo, com braços em Nova York, Cidade do México e Tóquio, a iniciativa privada deve ficar atenta às oportunidades geradas pelo envelhecimento da população. “Afinal, as tendências não estão mais ligadas à idade”, afirma. Os fabricantes se apressam para aprender a ler as necessidades e os desejos dessa faixa etária. Nos Estados Unidos, o Massachusetts Institute of Technology (MIT) criou, no final dos anos 1990, o AgeLab, um laboratório de estudos sobre a longevidade cuja função é desenvolver ferramentas que orientem a indústria na feitura de produtos seniores. “A maioria dos idosos não gosta das coisas que hoje são feitas para eles”, atesta o diretor do AgeLab, Joseph F. Coughlin.
O turismo do Brasil já passou dessa fase e sabe direitinho como agradar aos clientes maduros. Com engrenagem e serviços de Primeiro Mundo, o setor oferece opções para todos os gostos – até para aqueles que não querem excursões só com a terceira idade. Apenas através do programa Viaja Mais Melhor Idade, do Ministério do Turismo, entre 2007 e 2010 mais de 600 mil pacotes foram vendidos a idosos. O mercado de trabalho é outro importante sinal de transformação. Com uma carência cada vez maior de profissionais especializados, como na área de engenharia, cujo boom nas universidades foi na década de 1970, os mais experientes estão valorizados e muitas vezes são chamados de volta ao mercado, em ebulição com a efervescência da construção civil nacional. Em suma, o paradigma de que quem chegou aos 40 ficou velho, definitivamente, caiu em desuso.
NA ESTRADA
O cantor Sérgio Reis, 70 anos: 16 shows por mês,
bom humor e tecnologia a serviço do sexo
Segundo pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa de vida no País, que alcançava 41,5 anos sete décadas atrás, atualmente ultrapassa os 73 anos. E mudanças de comportamento são fundamentais para o aumento da longevidade, atestam os especialistas. Em um estudo realizado pela Enfoque Pesquisas com brasileiros acima de 55 anos, foram detectados três grandes grupos nessa faixa etária – os idosos convencionais cujo papel social ainda é cuidar dos netos; os que se recusam a aceitar a idade que têm e continuam se comportando como jovens; e os celebrators, os que aceitam com sabedoria a chegada da nova fase, usando a experiência de vida para se manterem ativos, cuidando do vigor físico e da saúde mental. “Os chamados boomers, aqueles nascidos entre 1946 e 1964, estão inaugurando esse estilo de vida”, explica Zilda Knoploch, presidente da Enfoque.
O arquiteto Antonio Ferro Corullon, 61 anos, é um legítimo celebrator. Ele acaba de inaugurar a terceira fase de sua vida, mas não consegue se reconhecer no papel de um senhor da terceira idade. Faz caratê – arte marcial que pratica há 43 anos – três vezes por semana e gasta a sola de sapato todas as noites numa escola de dança paulistana. “Melhor que dança, só sexo”, garante. E a vida sexual vai bem, obrigado. Corullon foi casado duas vezes, tem seis filhos e está namorando uma mulher dez anos mais nova. Não fuma, bebe cerveja eventualmente e joga futebol com seu grupo de amigos todo fim de semana. “Não senti o baque de fazer 60, confesso que ainda me sinto com a energia dos 18”, diz. O arquiteto é um exemplo para quem tem entre 30 e 40 anos por ter investido em pelo menos três coisas fundamentais ao longo da vida: saúde, vida social e segurança financeira. “Aos 40 anos, me planejei para que, aos 60, eu não tivesse mais de acordar para trabalhar, mas sim acordar para viver”, revela. Deu certo. No ano passado ele deixou o emprego fixo no qual entrava às 7h30. Agora, dita o próprio ritmo profissional.
NO RITMO
O arquiteto Antônio Corullon, 61 anos: aposentadoria
planejada e tempo para dança de salão e namoro prazeroso
Corullon seguiu na prática, mesmo sem saber, o mantra repisado pelos especialistas em envelhecimento ativo quando perguntados sobre como construir um futuro tranquilo e prazeroso. O segredo, garantem, é planejar a velhice a partir de hoje. Não importa qual idade se tenha. Foi o que fez o empresário paulistano Jorge Nahas, 31 anos. Ele já programou o dia em que não acordará mais com a obrigação de ganhar dinheiro – e isso deve acontecer antes dos 50 anos. Quando tinha 15, seus pais fizeram sua previdência privada. Aos 20, passou a investir em ações e, hoje, também tem imóveis. Poupar para o futuro não é sua única preocupação. Nahas frequenta a academia todos os dias, faz corrida de aventura, namora, viaja com os amigos e cortou o excesso de doce e carne vermelha de seu dia a dia. Estresse é uma palavra vetada de seu vocabulário. “Não sei como as pessoas querem envelhecer se entupindo de açúcar, estressadas e sem tempo para nada. Quero minha vida boa hoje e amanhã”, diz Nahas, que, como Antônio, celebra o presente, sem descuidar do futuro.
Dentro do projeto de vida saudável na terceira idade está inclusa a atividade profissional, mesmo depois da aposentadoria. “Em 30 anos, teremos horários mais flexíveis, muita gente trabalhando em casa e cada vez mais autônomos prestando serviço para empresas de diversos setores”, acredita o consultor de carreira Cristian Stassun. “São cenários que favorecem os que já estão há muito tempo no mercado e querem reduzir suas jornadas sem partir para a aposentadoria.” O mercado também está tendo de absorver os mais velhos por uma questão matemática, pois há mais gente sênior e qualificada na praça e menos jovens desse quilate disponíveis. “Os dados mostram que aquela história de quem perde emprego aos 50 não arranja nunca mais está mudando”, diz Ana Amélia Camarano, economista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e especialista em envelhecimento. De acordo com o Ministério do Trabalho, em 2010, o número de assalariados com mais de 65 anos cresceu 12%, o dobro da média. Segundo Stassun, deve crescer também o número de brasileiros que irão migrar de carreira após os 50 ou trocar a profissão por um hobby remunerado. “Também veremos um boom de empreendedores seniores.” As áreas mais promissoras para a terceira idade, segundo Matilde Berna, diretora de transição de carreira da Right Management, são engenharia, TI, telecomunicações, direito e área acadêmica. “Eles podem atuar como consultores, prestadores de serviços terceirizados ou firmarem contrato formal por tempo limitado, para reestruturar a área de uma empresa, por exemplo”, diz.
SUOR
A pesquisadora Lúcia de Souza, 46 anos, pretende
envelhecer na pista. “Admiro as senhoras de mais de 70 do meu grupo de corrida”
Saulo Lerner, 62 anos, é um exemplo dessa virada já em curso. Aos 50, ele percebeu que não estava mais feliz com a carreira de executivo de uma multinacional. Pediu demissão e ficou sete meses sem trabalhar. “Nesse período, voltei a correr, cuidei da minha alimentação, li muito, retomei antigos contatos e revi meus projetos de vida”, conta. “Percebi que queria algo que me trouxesse mais satisfação pessoal”, diz o atual consultor de executivos. O gaúcho Marcelus Vieira, 45 anos, despertou para isso antes de chegar aos 50 anos. Sócio de uma loja de roupas em Ijuí (RS), ao lado da esposa, Suzana, ele pavimentou seu novo caminho profissional com um curso de chef de cozinha e seu prazer por comida, vinhos e viagens. Em 2007, reuniu 12 amigos e alugou uma casa na Toscana, Itália, com o objetivo de ensiná-los a cozinhar. A aventura virou coisa séria e foi batizada de Al Mondo, uma agência de turismo que leva grupos para experiências gastronômicas em diversos lugares do mundo. Daqui a 30 anos, Marcelus se imagina tocando a agência, mas com uma pequena diferença. “Quem sabe até lá eu compre uma casa na Toscana.”
Em uma pesquisa feita pelo site Minha Vida a pedido da ISTOÉ, 65,7% dos sete mil entrevistados disseram que querem continuar no batente depois de se aposentarem. “Pretendo continuar andando de moto e trabalhando até morrer”, sentencia Carlos Coradi, 73 anos. Quem vê o consultor financeiro passar com sua Harley-Davidson pelas ruas de Campinas, no interior de São Paulo, não duvida de sua afirmação. Pai de seis filhos (a caçula tem apenas oito anos), Coradi mantém uma rotina de fazer inveja a muitos jovens. Faixa-preta no judô, ele pratica esportes diariamente, trabalha mais de 12 horas diárias e desde adolescente mantém a paixão pela velocidade. Todo domingo, ele e os amigos do grupo de motociclistas “Anciãos ao Vento”, com integrantes entre 60 e 75 anos, se reúnem em viagens sobre duas rodas. Como se vê, é preciso saúde para gozar as benesses da “melhor idade”. E isso significa, entre outras coisas, postergar ao máximo o aparecimento de doenças crônicas como diabetes, doenças circulatórias e hipertensão, entre outras. A empresária Lígia Azevedo vai completar 70 anos neste ano. Considerada nos anos 80 a “Jane Fonda brasileira”, ela é um exemplo de quem está conseguindo se manter afastada desses males. Dona de um spa em Búzios, Lígia caminha diariamente durante 50 minutos, faz hidroginástica, terapia corporal, não come fritura e evita carne vermelha. A rotina à base de arroz integral, frango e salada, no entanto, não a exclui da vida social. “Amo brincar com meus netos, mas, se eu tiver uma festa, não vou deixar de ir”, diz a empresária, que viaja bastante em função de suas palestras sobre qualidade de vida. O corpinho enxuto e bem trabalhado faz com que ela ainda vista roupas de até 40 anos atrás. “Só uso roupa justa, nada do que é ‘apropriado’ para a minha idade”, conta a acriana radicada no Rio, lembrando que a indústria da moda é uma das que mais ignoram sua faixa etária.
FOCO
Jorge Nahas (acima), 31,
faz previdência privada desde os 15: “Quero minha vida boa hoje e amanhã”.
Saulo Lerner, 62 anos (abaixo), mudou de profissão já maduro para
aumentar sua satisfação pessoal.
Lúcia Inês Macedo de Souza, 46 anos, segue a trilha de Lígia. Sua paixão pela corrida aconteceu ao acaso, quando ela já tinha mais de 30. “Queria prestar um concurso da Polícia Federal e tinha uma prova de aptidão física. Fiquei preocupada porque não tinha esse preparo”, diz. O concurso foi abandonado. O esporte, no entanto, tomou conta da sua vida assim que ela fez a primeira prova de rua. “A corrida me dá uma sensação de poder, sinto que tenho mais resistência e disciplina”, afirma Lúcia, que engatou alguns namoros por causa dos treinos. “Quero correr até quando for possível. Admiro as senhoras de mais de 70 anos do meu grupo.”
Até quem já está no time dos que convivem com doenças crônicas pode, e deve, ter uma vida saudável. O cantor sertanejo Sérgio Reis, 70 anos, já sofreu um acidente vascular cerebral (AVC), é diabético e fez uma angioplastia recentemente. Não se resignou. Além de tomar todos os seus remédios religiosamente e fazer check-up a cada seis meses, se mantém na ativa, fazendo o que mais gosta, cantar. São 16 shows por mês. Para descansar, o artista passa uns dias em um spa ao lado da mulher, Ângela Márcia, com quem se casou aos 66 anos. Seus outros elixires da juventude são o bom humor – “tristeza não entra no meu coração” – e o sexo. “Não posso tomar estimulantes sexuais porque sou cardíaco, então optei por uma bomba peniana”, revela. “Foram os US$ 10 mil mais bem gastos na minha vida, funciona que é uma beleza!”
A revolução sexual da nova terceira idade, proporcionada pelo avanço da medicina e pela maior capacidade física dessa faixa etária, permitiu que os relacionamentos florescessem entre os sessentões e setentões. Eleita a mais bela idosa de São Paulo em 2011, a ex-segurança Maria Conceição Liberato, 68 anos, colhe hoje os frutos de um amor iniciado em 2008 nos bailes dominicais do clube Elite Itaquerense, em Itaquera, zona leste de São Paulo. Aos 65, ela conheceu José Ademir, 14 anos mais jovem. “Foi amor à primeira vista”, derrete-se Conceição. Um ano depois, a atual aposentada realizaria o maior sonho de sua vida, casar de papel passado. “Ficar sozinha é muito triste. Já estava separada havia sete anos quando conheci o Ademir. Hoje ao lado dele me sinto mais realizada do que nunca”, conta.
A maior longevidade das próximas gerações trará grandes desafios no que diz respeito ao amor. Segundo o observador de tendências Adjiedj Bakas, um surinamês que mora na Holanda, o cenário futuro é de muito mais experimentação e, em decorrência disso, mais divórcios e novos casamentos, que serão cada vez mais curtos. Apesar da quantidade de encontros, com uma forcinha extra da internet e das novas tecnologias, a solidão será um tema de peso nas próximas décadas. “Acredito que as pessoas se casarão assinando contratos por tempo limitado, de dez anos, por exemplo, como carteira de motorista e passaporte”, diz Bakas. “Só renovarão se estiverem satisfeitos com a relação, do contrário, se separarão automaticamente.”
Lígia, 69 anos, a dona do spa, teve dois casamentos e hoje, pela primeira vez, sente-se livre para namorar um rapaz mais novo. O consultor Saulo Lerner, 62, está casado pela segunda vez e forma o que os especialistas chamam de família mosaico – juntou os filhos do primeiro casamento dele com os da união anterior dela. E considera-se avô dos netos da esposa. O arquiteto Corullon, 61 anos, desfruta o frescor dos namoros na terceira idade. Sinais irreversíveis dos novos tempos, tais como as marcas em um rosto maduro.
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